Way down yonder in the graveyard walk
I thank God I'm free at last
Me and my Jesus going to meet and talk
I thank God I'm free at last
On my knees when the light passed by
I thank God I'm free at last
Thought my soul would rise and fly
I thank God I'm free at last
Some of these mornings, bright and fair
I thank God I'm free at last
Goin' meet my Jesus
In the middle of the air
I thank God I'm free at last
Antony & The Johnsons
Para ti. Sempre. Foi sempre para ti.
Sempre.
Para ti. Sempre.
sexta-feira, 6 de abril de 2012
...
Triste. Tão triste.
quinta-feira, 29 de março de 2012
The one that got away.
Summer after high school when
we first met
We'd make out in your Mustang
to Radiohead
And on my 18th birthday
We got matching tattoos
Used to steal your parents' liquor and
climb to the roof
Talk about our future like we had
a clue
Never planned that one day
I'd be losing you
In another life, I would be your girl
We'd keep all our promises, be us
against the world
In another life, I would make you stay
So I don't have to say you were
The one that got away
The one that got away
I was June and you were my
Johnny Cash
Never one without the other,
we made a pact
Sometimes when I miss you
I put those records on
Someone said you had your
tattoo removed
Saw you downtown, singing the blues
It's time to face the music
I'm no longer your muse
In another life, I would be your girl
We'd keep all our promises, be us
against the world
In another life, I would make you stay
So I don't have to say you were the
one that got away
The one that got away
The one that got away
All this money can't buy me
a time machine, no
Can't replace you with a
million rings, no
I should have told you what you
meant to me, whoa
'Cause now I pay the price
In another life, I would be your girl
We'd keep all our promises, be us
against the world
In another life, I would make you stay
So I don't have to say you were the
one that got away
The one that got away
In another life, I would make you stay
So I don't have to say you were the
one that got away
The one that got away
we first met
We'd make out in your Mustang
to Radiohead
And on my 18th birthday
We got matching tattoos
Used to steal your parents' liquor and
climb to the roof
Talk about our future like we had
a clue
Never planned that one day
I'd be losing you
In another life, I would be your girl
We'd keep all our promises, be us
against the world
In another life, I would make you stay
So I don't have to say you were
The one that got away
The one that got away
I was June and you were my
Johnny Cash
Never one without the other,
we made a pact
Sometimes when I miss you
I put those records on
Someone said you had your
tattoo removed
Saw you downtown, singing the blues
It's time to face the music
I'm no longer your muse
In another life, I would be your girl
We'd keep all our promises, be us
against the world
In another life, I would make you stay
So I don't have to say you were the
one that got away
The one that got away
The one that got away
All this money can't buy me
a time machine, no
Can't replace you with a
million rings, no
I should have told you what you
meant to me, whoa
'Cause now I pay the price
In another life, I would be your girl
We'd keep all our promises, be us
against the world
In another life, I would make you stay
So I don't have to say you were the
one that got away
The one that got away
In another life, I would make you stay
So I don't have to say you were the
one that got away
The one that got away
domingo, 18 de março de 2012
Escrevi teu nome no vento.
Escrevi teu nome no vento
Convencido que o escrevia
Na folha dum esquecimento
Que no vento se perdia
Ao vê-lo seguir envolto
Na poeira do caminho
Julguei meu coração solto
Dos elos do teu carinho
Em vez de ir longe levá-lo
Longe, onde o tempo o desfaça
Fica contente a gritá-lo
Onde passa e a quem passa
Pobre de mim, não pensava
Que tal e qual como eu
O vento se apaixonava
Por esse nome que é teu
E quando o vento se agita
Agita-se o meu tormento
Quero esquecer-te, acredita
Mas cada vez há mais vento
Convencido que o escrevia
Na folha dum esquecimento
Que no vento se perdia
Ao vê-lo seguir envolto
Na poeira do caminho
Julguei meu coração solto
Dos elos do teu carinho
Em vez de ir longe levá-lo
Longe, onde o tempo o desfaça
Fica contente a gritá-lo
Onde passa e a quem passa
Pobre de mim, não pensava
Que tal e qual como eu
O vento se apaixonava
Por esse nome que é teu
E quando o vento se agita
Agita-se o meu tormento
Quero esquecer-te, acredita
Mas cada vez há mais vento
terça-feira, 13 de março de 2012
Amanhã.
Disse. Disse que te amo. Deixei a palavra alforriar-se indefinidamente
dos lábios, como uma sentença pronunciada demasiado cedo.
Foi um "amo" com sabor de despedida. A despedida que nunca ambicionamos fazer, que desejamos sempre demorar.
Dei-lhe asas. Deixei-a ciar. Existem termos que nos saturam a alma. E nessa palavra assentei todo o anseio.
Era eu. Eu, costurada em cada letra. Eu, refletida em cada nuance.
Existem palavras que nos doutrinam. Existem palavras que superam a sua força.
Hoje, o sigilo a que me envio, grita de uma forma que me despedaça. Toda.
Mas não o vou calar. Sei que hoje o silêncio tem sabor a ti. Tem sabor de adeus, de "amo-te" em cada porção do seu corpo disforme.
Só o silêncio, só o seu grito, me pode apagar a dor...
Existem silêncios demasiado nossos. Este... é um deles.
Foi um "amo" com sabor de despedida. A despedida que nunca ambicionamos fazer, que desejamos sempre demorar.
Dei-lhe asas. Deixei-a ciar. Existem termos que nos saturam a alma. E nessa palavra assentei todo o anseio.
Era eu. Eu, costurada em cada letra. Eu, refletida em cada nuance.
Existem palavras que nos doutrinam. Existem palavras que superam a sua força.
Hoje, o sigilo a que me envio, grita de uma forma que me despedaça. Toda.
Mas não o vou calar. Sei que hoje o silêncio tem sabor a ti. Tem sabor de adeus, de "amo-te" em cada porção do seu corpo disforme.
Só o silêncio, só o seu grito, me pode apagar a dor...
Existem silêncios demasiado nossos. Este... é um deles.
Existem vácuos que nunca se irão encher.
Os meus, são demasiado densos. São ecos de dias tão diuturnos. São uma sombra do meu sorriso ido...
Queria que entendesses a dor. De não existir muitas mais razões para chorar e, no entanto, o corpo despedaçar a cada instante...
Ouves? Há um burburinho de afago que açambarca o tempo. Em nós!
Mas eu estou tão vazia. Eu era eu, sabias? Contra tudo, contra todos, era eu. Eu.
E ainda nem sabia o que isso era. Só sabia ser, desesperada por uma ocasião de sossego.
Existem viagens que, quando terminadas, já não importa se chegaste ou não. O preço é descomedido.
Fiz muitas. Muitas viagens. Cá dentro. Admiti bocados de mim que não amo. Encarei-os.
Eles ainda existem.
Hoje, eu, já não sou eu. A viagem completou-se e eu permaneci na expectativa de um amanhã que jamais chega.
Amei os filhos que não tive, sonhei com a casa que não edifiquei, afaguei um rosto que não conheci, deliciei-me com os embriões que o meu ventre se nega a passear.
E, abruptamente, chegou o vácuo.
Nada importa quando o ontem te rouba o amanhã.
E o amanhã, amor... jamais chega.
Os meus, são demasiado densos. São ecos de dias tão diuturnos. São uma sombra do meu sorriso ido...
Queria que entendesses a dor. De não existir muitas mais razões para chorar e, no entanto, o corpo despedaçar a cada instante...
Ouves? Há um burburinho de afago que açambarca o tempo. Em nós!
Mas eu estou tão vazia. Eu era eu, sabias? Contra tudo, contra todos, era eu. Eu.
E ainda nem sabia o que isso era. Só sabia ser, desesperada por uma ocasião de sossego.
Existem viagens que, quando terminadas, já não importa se chegaste ou não. O preço é descomedido.
Fiz muitas. Muitas viagens. Cá dentro. Admiti bocados de mim que não amo. Encarei-os.
Eles ainda existem.
Hoje, eu, já não sou eu. A viagem completou-se e eu permaneci na expectativa de um amanhã que jamais chega.
Amei os filhos que não tive, sonhei com a casa que não edifiquei, afaguei um rosto que não conheci, deliciei-me com os embriões que o meu ventre se nega a passear.
E, abruptamente, chegou o vácuo.
Nada importa quando o ontem te rouba o amanhã.
E o amanhã, amor... jamais chega.
Por vezes, queria dizer-te que a aflição é elevadamente real para ser
apenas delírio.
Por vezes, queria abraçar-te e implorar-te que não fosses... Que ficasses aqui e me embalasses como a uma miúda.
O pânico invade-me. Depois, uma espiral, uma espiral que me atira contra a parede e me devora a pretensão de estar perto de pessoas.
Lágrimas cristalizam-se na garganta e criam um colossal nó.
Por vezes, queria dizer-te que só a tua presença me acalma esta ânsia. Outras vezes, exclusivamente ambiciono permanecer a ouvir o silêncio piar, enquanto, de olhos fechados, te imprimo anos e anos de fantasias escavacadas e geadas que submergem o meu corpo.
...
Não consigo falar com eles, sabias? Eles viajam na mesma casa que eu, mas são meras plateias silenciosas das minhas fiéis mutações de génio.
Sempre tive riso fácil. Vendo a minha boca a gargalhadas que jamais me beijaram o coração.
Sempre fui a mais forte. Sempre. Eles acham que será sempre assim! Que nos malditos períodos eu irei confortá-los e, que ainda me aliviarei a mim mesma.
...
Estou tão doente... Sinto-o nos ossos. Sinto-me a definhar. A minha mente! Não está aqui.
Sabes, amor? O cansaço é uma moléstia que nos deixa frouxos. E eu estou tão cansada... Quando acordo, penso que acordo para um novo sonho. Tudo se me é baço aos olhos.
Eu sei que isto vai acabar. Eu sei que esta espera que me esfola os joelhos vai terminar e, então, tudo vai ficar bem.
Eu repito-o para os outros. Como se fosse um hino corriqueiro. Rio-lhes. Afago as suas imponderações e cochicho que a vida é um colossal inventário de pedregulhos na estrada e que, mesmo assim, a vida não tem fim.
E é verdade... Quem acaba sou eu. Eu é que me revogo nestes sossegos, nestas constantes implosões, nestes extermínios que escondo atrás do ar desleixado e confiante.
E depois, inundo-me de aflição e equívocos e choros que nunca sei soluçar e que só fluem na voz.
Eu sei que amanhã é outro dia e que eu sempre fui catedrática no que toca a fingir forças e cafunés.
Eu sei tudo isso. Eu sei.
Fui eu quem idealizou as mais belas frases de alívio e quem depois as repetiu a si mesma enquanto, do ar, caíam denúncias.
Fui eu quem acariciou os meus dedos frios nas noites em que ninguém vinha ver se os cobertores existiam.
Fui eu quem escreveu contos para entreter os gritos que se me semeavam nos blocos, nos jornais, nas paredes, nos termos que jamais aceitei deixei sair do peito.
Sim, amor. Fui eu. Eu que tricotei muralhas em volta do meu “eu” tão moribundo e me liquidei moderadamente.
Porque não o sei fazer agora?
Porque agora não estou sozinha. Agora existes. E o meu eu já não contesta os contos, nem os meus dedos, nem as minhas citações.
Apenas as tuas.
Só a tua pseudo-presença serena esta miséria.
Nunca falei o mesmo idioma que as outras meninas. Nunca fui casta e ingénua. Mas fui romântica.
Ainda sou.
E veio a escrita. O meu defeito e a minha redenção.
Queria dizer que ela existe porque tu existes. Ou, que ela dura porque é boa. Mas não. Ela existe meramente porque vivo.
É implicação da minha voz mitigada assim como a sombra é consequência do Sol.
Por vezes quero tão só dizer que te amo... E é essa a única certeza que tenho nesta argila que sou. Onde chafurdo nas minhas próprias indecisões.
Outras vezes... Estou demasiado espairecida a fingir prosperidade para me lembrar do que, realmente, penso ou quero ou planeio.
Vou esperar o teu retorno.
Até lá, grito silenciosamente. Para não os despertar e chocar... Vou continuar a admitir as suas presenças tão subtis, tão cegas.
Quase te posso notar, mas não te consigo tocar. Nunca consegui.
Por vezes, queria abraçar-te e implorar-te que não fosses... Que ficasses aqui e me embalasses como a uma miúda.
O pânico invade-me. Depois, uma espiral, uma espiral que me atira contra a parede e me devora a pretensão de estar perto de pessoas.
Lágrimas cristalizam-se na garganta e criam um colossal nó.
Por vezes, queria dizer-te que só a tua presença me acalma esta ânsia. Outras vezes, exclusivamente ambiciono permanecer a ouvir o silêncio piar, enquanto, de olhos fechados, te imprimo anos e anos de fantasias escavacadas e geadas que submergem o meu corpo.
...
Não consigo falar com eles, sabias? Eles viajam na mesma casa que eu, mas são meras plateias silenciosas das minhas fiéis mutações de génio.
Sempre tive riso fácil. Vendo a minha boca a gargalhadas que jamais me beijaram o coração.
Sempre fui a mais forte. Sempre. Eles acham que será sempre assim! Que nos malditos períodos eu irei confortá-los e, que ainda me aliviarei a mim mesma.
...
Estou tão doente... Sinto-o nos ossos. Sinto-me a definhar. A minha mente! Não está aqui.
Sabes, amor? O cansaço é uma moléstia que nos deixa frouxos. E eu estou tão cansada... Quando acordo, penso que acordo para um novo sonho. Tudo se me é baço aos olhos.
Eu sei que isto vai acabar. Eu sei que esta espera que me esfola os joelhos vai terminar e, então, tudo vai ficar bem.
Eu repito-o para os outros. Como se fosse um hino corriqueiro. Rio-lhes. Afago as suas imponderações e cochicho que a vida é um colossal inventário de pedregulhos na estrada e que, mesmo assim, a vida não tem fim.
E é verdade... Quem acaba sou eu. Eu é que me revogo nestes sossegos, nestas constantes implosões, nestes extermínios que escondo atrás do ar desleixado e confiante.
E depois, inundo-me de aflição e equívocos e choros que nunca sei soluçar e que só fluem na voz.
Eu sei que amanhã é outro dia e que eu sempre fui catedrática no que toca a fingir forças e cafunés.
Eu sei tudo isso. Eu sei.
Fui eu quem idealizou as mais belas frases de alívio e quem depois as repetiu a si mesma enquanto, do ar, caíam denúncias.
Fui eu quem acariciou os meus dedos frios nas noites em que ninguém vinha ver se os cobertores existiam.
Fui eu quem escreveu contos para entreter os gritos que se me semeavam nos blocos, nos jornais, nas paredes, nos termos que jamais aceitei deixei sair do peito.
Sim, amor. Fui eu. Eu que tricotei muralhas em volta do meu “eu” tão moribundo e me liquidei moderadamente.
Porque não o sei fazer agora?
Porque agora não estou sozinha. Agora existes. E o meu eu já não contesta os contos, nem os meus dedos, nem as minhas citações.
Apenas as tuas.
Só a tua pseudo-presença serena esta miséria.
Nunca falei o mesmo idioma que as outras meninas. Nunca fui casta e ingénua. Mas fui romântica.
Ainda sou.
E veio a escrita. O meu defeito e a minha redenção.
Queria dizer que ela existe porque tu existes. Ou, que ela dura porque é boa. Mas não. Ela existe meramente porque vivo.
É implicação da minha voz mitigada assim como a sombra é consequência do Sol.
Por vezes quero tão só dizer que te amo... E é essa a única certeza que tenho nesta argila que sou. Onde chafurdo nas minhas próprias indecisões.
Outras vezes... Estou demasiado espairecida a fingir prosperidade para me lembrar do que, realmente, penso ou quero ou planeio.
Vou esperar o teu retorno.
Até lá, grito silenciosamente. Para não os despertar e chocar... Vou continuar a admitir as suas presenças tão subtis, tão cegas.
Quase te posso notar, mas não te consigo tocar. Nunca consegui.
Aqui ao lado, eles prosseguem as suas vidas. Paralelas
à minha.
À minha vida que só o é quando estás comigo.
À minha vida que só o é quando estás comigo.
domingo, 11 de março de 2012
Mais um fado no fado.
Eu sei que esperas por mim
Como sempre, como dantes
Nos braços da madrugada...
Eu sei que em nós não há fim,
Somos eternos amantes,
Que não amaram mais nada.
Eu sei que me querem bem,
Eu sei que há outros amores
Para bordar no meu peito.
Mas eu não vejo ninguém,
Porque não quero mais dores
Nem mais baton no meu leito.
Nem beijos que não são teus,
Nem perfumes duvidosos,
Nem carícias perturbantes,
E nem infernos nem céus,
Nem sol nos dias chuvosos,
Porque inda somos amantes.
Mas Deus quer mais sofrimento,
Quer mais rugas no meu rosto
E o meu corpo mais quebrado...
Mais requintado tormento,
Mais velhice, mais desgosto,
E mais um fado no fado.
Como sempre, como dantes
Nos braços da madrugada...
Eu sei que em nós não há fim,
Somos eternos amantes,
Que não amaram mais nada.
Eu sei que me querem bem,
Eu sei que há outros amores
Para bordar no meu peito.
Mas eu não vejo ninguém,
Porque não quero mais dores
Nem mais baton no meu leito.
Nem beijos que não são teus,
Nem perfumes duvidosos,
Nem carícias perturbantes,
E nem infernos nem céus,
Nem sol nos dias chuvosos,
Porque inda somos amantes.
Mas Deus quer mais sofrimento,
Quer mais rugas no meu rosto
E o meu corpo mais quebrado...
Mais requintado tormento,
Mais velhice, mais desgosto,
E mais um fado no fado.
"Camané"
Hoje ouvi e não chorei.
Narcolepsia.
Pesa-me como chumbo. Faz-me curvar, esta sina, até não conseguir ver além das minhas passadas. Com o passar das horas pesa ainda mais. Com o passar do tempo, habituo-me. É uma vantagem.
Estou ebúrnea. Sou aquela que era. Aquela. Aquela que costumava ser. Porém, de acordo com sinais erróneos, custa. Custa tanto quanto pensar. Elaborar textos de maneira a expressar-me é o que anda me resta. Ainda. Digo, ainda. E ainda que seja somente isto que me resta, é o que me rege.
Posso pensar - e penso - que me ouves baixinho. Como um sussurro lento e melancólico. Mas, será que a mensagem fica? Penso e, pouco depois, anuo. Não não me ouves num sussurro lento e melancólico. Ouves-me aos gritos dentro do teu corpo. A percorrer-te que nem louca. Claro! Claro como a passagem pelo caminho barulhento de hoje. E de ontem. E, claro está, como o de amanhã será.
Posto isto, tento levantar as pálpebras para evitar a queda. Só a queda - ou a sua possibilidade - me demove. Depois, quando finalmente levanto as pálpebras e não caio, desejo ter os olhos cravados nas minhas passadas. Não suporto aqueles olhares. Indiscretos. Verdes. Penetrantes. São como supositórios falantes. Com sorrisos distorcidos. Degradados, derretem sob a sua própria ignorância.
Ah! Ignorância. Apodera-te de mim! Cessa-me os soluços. Enxuga-me os rios tristes que nascem e desaguam neste corpo. Permite que seja feliz. Permite que me derreta.
Para ti. Sempre.
Estou ebúrnea. Sou aquela que era. Aquela. Aquela que costumava ser. Porém, de acordo com sinais erróneos, custa. Custa tanto quanto pensar. Elaborar textos de maneira a expressar-me é o que anda me resta. Ainda. Digo, ainda. E ainda que seja somente isto que me resta, é o que me rege.
Posso pensar - e penso - que me ouves baixinho. Como um sussurro lento e melancólico. Mas, será que a mensagem fica? Penso e, pouco depois, anuo. Não não me ouves num sussurro lento e melancólico. Ouves-me aos gritos dentro do teu corpo. A percorrer-te que nem louca. Claro! Claro como a passagem pelo caminho barulhento de hoje. E de ontem. E, claro está, como o de amanhã será.
Posto isto, tento levantar as pálpebras para evitar a queda. Só a queda - ou a sua possibilidade - me demove. Depois, quando finalmente levanto as pálpebras e não caio, desejo ter os olhos cravados nas minhas passadas. Não suporto aqueles olhares. Indiscretos. Verdes. Penetrantes. São como supositórios falantes. Com sorrisos distorcidos. Degradados, derretem sob a sua própria ignorância.
Ah! Ignorância. Apodera-te de mim! Cessa-me os soluços. Enxuga-me os rios tristes que nascem e desaguam neste corpo. Permite que seja feliz. Permite que me derreta.
Para ti. Sempre.
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